Deixem-me ir embora!!!

Que título este, não?... Parece uma coisa saída de um filme de terror, com alguém histérico a gritar fechado numa qualquer casa assombrada... e coisa e tal... confesso que não tenho grande jeito para escrever argumentos para filmes de terror, por isso, vou parar por aqui com esta minha tentativa falhada de argumentista, senão quem vai entrar num filme de terror, sou eu.
Pois bem, meus amigos, o tema hoje abordado tem mais a ver com a necessidade sentida quando, chegada uma determinada hora do dia, deseje com todas as minhas forças, estar numa de fuga do emprego! Tipo, corre, foge e não olhes para trás... E por favor, não me interpretem mal. Isto não quer dizer que não goste da função que estou a desempenhar (ou a tentar desenvolver, por enquanto...) ou com os colegas ou mesmo com o chefe (odeio este palavrão! Tem sempre uma conotação pesada/castigadora/controladora, e na minha opinião, obsoleta...). Nada disso, tem mesmo a ver com o meu próprio equilibrio, com a minha necessidade de recarregar energias, de andar descalça pela casa, vestir uns calções velhos, sei lá, comer um gelado delicioso, rebolar com e como os miudos pelo chão, sem me importar com mais nada. É simples, não é? Também acho. É o meu lado pessoal, é a forma que tenho de "massajar" o meu EU e de lhe dizer: "vá, descontrai, brinca, chora, grita, faz o pino, o que tu quiseres... que amanhã, é um novo dia!" Bem, espero que isto não soe a sentença fatalista, até porque não é. Afinal, passamos maior parte do nosso dia metidos num escritório a pensar, organizar, planear, a executar milhentas tarefas, que nos esgotam mental e fisicamente, por isso, acho normal que em dado momento, pense "deixem-me ir embora!". Para os que não concordam comigo, só tenho a dizer uma coisinha: "get a life, baby!!!" ;-).
Nem sempre é fácil conseguir o equilibrio entre a nossa vida pessoal e profissional, é certo, mas parte muito de nós que nos esforçemos para que isso aconteça, e de forma alguma, podemos estar à espera que a nossa entidade patronal se vá lembrar que pobrezinhos dos empregados têm que descansar e ter tempo para eles... salvo algumas excepções, acho isso muito complicado de acontecer nas organizações, estando este facto directamente ligado à recessão existente no mercado de trabalho. Os constantes despedimentos originam a acumulação de tarefas e automaticamente a um maior volume de trabalho para uma só pessoa; ora, isto aliado a uma surpreendente e deficiente gestão do tempo/tarefas tão caracteristica na nossa tão portuguesa forma de trabalhar... só pode levar ao descalabro total! Qual vida pessoal, qual carapuça... se não queres seguir as regras, há milhentos lá fora à espera para ocuparem o teu lugar, quais cães raivosos prontos a atacar! Bem, mordam-me se quiserem, mas eu preciso do meu cantinho, do meu tempinho tão valioso para mim; espaço para as coisas e pessoas que tanto bem me fazem. E digam lá o que disserem, o equilibrio profissional está directamente relacionado com o equilibro pessoal - se uma das partes estiver em desiquilibrio, inevitavelmente, mais cedo ou mais tarde, a outra parte vem por aí abaixo, como um castelo de cartas.
Sobretudo, é importante estarmos cientes de quem somos, o que queremos e para onde vamos... Será que vale tudo a qualquer preço?!... Mais, quando o que nos pagam é tão pouco?!...

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