Rir! Rir!

Para grandes males, grandes remédios! Não é assim que diz o ditado popular?!... Pois é, resolvi fazer justiça ao dito pois não há nada como uma boa gargalhada para curar qualquer má disposição que nos ande a dar a volta à cabeça.

Desde muito cedo, os bébés começam a esboçar os primeiros sorrisos; as crianças passam a vida na brincadeira e a rir por tudo e por nada. Mais tarde, na adolescência, ainda conseguimos rir do que devemos e até do que não devemos... mas enfim, rir é rir, e nunca é demais! Mas depois, já mais tarde, quando chegámos à idade adulta, ficamos sisudos e quase que já não sabemos rir... e se o fazemos, às vezes, é tão forçado que mais valia estarmos quietos, em vez que colarmos aquele sorriso de plástico na cara. No entanto, isto tem uma razão de ser, ou seja, quando chegamos a esta fase, à "Idade Adulta", os processos de socialização fazem com que as pessoas se sintam quase na "obrigação" de conter o riso ou mesmo a gargalhada. Acaba por ser uma aprendizagem ao longo da vida que nos dita quando e onde podemos rir... como por exemplo, se formos daquele género de pessoa que gosta de dar umas boas gargalhadas no local de trabalho, corremos bem o risco de sermos considerados como alguém com pouco profissionalismo já que levamos a vida na maior, descurando o trabalho e a nossa eficiência como profissionais. Não, não é nenhuma paranóia ou mania da perseguição...

Em tempos, trabalhei numa empresa ligada ao ramo de seguros, onde conheci uma colega extraordinária, profissional ao máximo, inteligentissima e claro, super alegre! Que bom, só de pensar que partilhava 8 horas do meu dia com alguém assim, sentia-me logo mais leve, já que à minha volta, tinha apenas uma cambada de carrancudos e cinzentões... ora, quando ela chegou, vi-a logo como uma "comparsa" de ristota e não como uma ameaça, como muitos dos colegas pensaram. Acreditem, passei óptimos momentos na companhia dela, e até o trabalho corria às mil maravilhas...

Felizmente, ela contagiou-me com a sua alegria e nunca deixei que ninguém me impedisse de rir quando queria e fosse por que motivo fosse, mesmo dos meus próprios erros! Afinal, não é assim que devemos encarar a nossa vida toda?! A rir do que é bom, mas sobretudo, sabermos rir das asneiras que fazemos. Aliás, quando temos a capacidade de rir das nossas próprias desgraças, isso só quer dizer que conseguimos ultrapassá-las e move on... Para a frente que atrás vem gente! (hoje tou numa de ditados populares... :-)).

Infelizmente, os senhores executivos não souberam ver que estava ali um exemplo vivo que o sentido de humor é realmente uma forma elevada de inteligência, e sem grande demora, a minha colega Olga, acabou por se ir embora para outras paragens, já que constantemente, a questionavam sobre a sua "boa disposição"!!! Ora, como se isso, alguma vez, tivesse influenciado o seu trabalho ou a sua produtividade dentro da empresa. Bem pelo contrário, está provado que o riso traz muitos beneficios, como por exemplo, favorece o relacionamento social, aumenta a criatividade, melhora a auto-estima, facilita a tomada de decisões e aumenta até a produtividade... e há muito mais a ganhar quando sorrimos.

Andei por ai a ler umas coisas e até descobri que existem hospitais que têm grupos de trabalho que estudam e investigam a forma como riso pode ajudar e até a acelerar a cura de algumas patologias - quem diria? Existem já alguns estudos na área da Psicoimunologia que demonstram que o riso torna o sistema imunitário mais resistente às doenças, estimula as funções cardiovasculares e provoca a libertação de endorfinas que, por sua vez, combatem eficazmente a dor. Apesar de tudo, as empresas, talvez começem agora a ter uma atitude diferente e mais positiva em relação ao sentido de humor no local de trabalho. Quem ganha, são as empresas que vêm assim, muitos conflitos ultrapassados de forma mais inteligente. A atitude positiva é uma espécie de mola que nos impulsiona para a frente e nos faz andar, minimizando eventuais problemas ou conflitos, vendo-os como passageiros.

Bem, com esta conversa toda sobre risadas e gargalhadas, acho que vou mesmo é ver uma boa comédia!...
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Sorri

Sorri, quando a dor te torturar...
E a saudade atormentar...
Os teus dias tristonhos, vazios...
Sorri, quando tudo terminar...
Quando mais nada restar...
Do teu sonho encantador...
Sorri, quando o sol perder a luz...
e sentires uma cruz...
Nos teus ombros cansados, doloridos...
Sorri, vai mentindo a tua dor...
e ao notar que tu sorris...
Todo mundo irá supor...
que és feliz!

(Charles Chaplin)