Bora lá ser felizes!

Ausência

Dou por mim parada, no semáforo
A olhar a calçada na noite
As sombras reflectem-se
E movem-se ao sabor do vento
Fico alí uns segundos à espera
Parece muito tempo
Aproveito para pensar
Mas nem sei em quê...

Por um momento, sou assolada
Por um sentimento de solidão
Tanta coisa! Tantas pessoas!
E ela persiste, resiste através do tempo
Nada me preenche por completo
Existe sempre um vazio
O tempo passa, ela continua alí
Presente, forte à minha volta
À espera que algo aconteça...

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Não... não tem nada a ver com tristeza ou com aquele sentimento traiçoeiro de infelicidade. Agora, meus caros, desenganem-se os que pensam que ninguém passa por estes momentos de verdadeira solidão. O problema é admitir, não é verdade? É mais fácil vestirmos uma capa, interpretarmos um papel que se adequa melhor ao meio em que nos movemos, porque talvez assim, sejamos melhor aceites e todos nos achem os melhores do mundo, a melhor companhia, aquele ou aquela que está sempre com o astral lá em cima!... Que falsa ideia, meus amigos. Todos temos problemas; todos ficamos tristes e todos somos, de vez em quando, infelizes. Não é vergonha aceitarmos quem somos!

Depois vem a fase seguinte... Dar a volta por cima. Deitarmos para trás das costas toda a trampa que nos faz mal à alma; aceitarmos o que nos acontece e continuar em frente, e sobretudo, nunca esquecendo as lições que aprendemos. E não voltar a meter o pé na argolada... se possivel. Bem, quantas vezes não repetimos os mesmos erros? Vamos aligeirar e dizer aquilo que é tão trivial dizer-se "errar é humano...". Bora lá ser felizes!... Obrigada, Paulinha!