Lavar a Alma
Pois é... cá estou a deixar fluir livremente as palavras que saiem de dentro de mim como um rio, às vezes rápido e cheio de fúria, outras com uma tranquilidade quase fora do normal.
Sim, é um facto, voltou a normalidade à minha vida. A correria para chegar a todo o lado e às vezes pensar que não se chego a lado nenhum. Um dia tanta euforia e alegria e outro com pena porque se quero fazer voltar o tempo atrás e recuperar tudo o que perdi, algures num tempo que já não é meu... não é tristeza, é antes melancolia. Pensar que estamos quase lá e depois... nada.
Cai uma chuva fortissima lá fora e resolvi sair para a rua, apesar da tempestade e da imensa luz que invade os céus. Não há medo, apenas uma vontade de deixar a chuva invadir cada milimetro do meu corpo; esboçar um sorriso e finalmente dar uma gargalhada; chapinhar descalça em todas as poças de água que consigo apanhar no meu percurso. Loucura própria de quem decide estacionar o carro longe da porta de casa só para ter uma desculpa para se molhar; não me importar com os olhos curiosos que observam resguardados a minha insanidade, mas também a minha imunidade perante a força da natureza. Ela não me faz mal, antes faz-me sentir livre, solta e feliz. Quero mais...
Comentários
Vim aqui só deixar um hello e dizer que estou de volta...
temos de colocar as novidades em dia!
beijocas
Ao ler este LAVAR DE ALMA, recordei esse alguem ... e por isso, tentei desvendar o que poderá levar o ser humano a correr para lado nenhum, entre as gotas da chuva, gozando molhado a LIBERDADE de chapinhar nas poças alheada a quem possa passar... Humildemente, penso que o tal desabafo aqui se poderia aplicar, se me fosse dito que quem corre ao sabor do destino, corre confiando desconfiado pelos caminhos escolhidos aleatoriamente debaixo de chuva ...
Um dia tanta euforia e alegria, e outro com pena ... A ANGUSTIA DA ESCOLHA, que usualmente nos obriga à rejeição.
Assim como o ódio e o amor se conjugam, também a alegria e a angustia não se separam. Juntas, confundem-se com a tristeza, sempre que as escolhas nos obrigam a deixar algo pelo caminho e o respeito nos impoe limites conscientes à nossa liberdade de agir.
ADORAVA VIAJAR pelo mundo, acompanhado de sonhos, mas a REALIDADE muitas vezes impede-nos de movermo-nos e nao conseguimos sair do nosso lugar.
POR ISSO RESTA-NOS VIAJAR NOS SONHOS, ao sabor de beijos sonhados e de pingos gelados de chuvas, que nos obrigam a acordar e que com a sua frescura , nos trazem de volta ao nosso mundo, onde os pensamentos continuam a ser os únicos espaços onde podemos correr livres sem prestar contas a quem quer que seja...
Poderia continuar a deixar fluir livremente as palavras e frases que da minha mente se vao soltando,alimentando o tal rio; vertendo-as também, nesse teu caudal; mas não fui convidado para te acompanhar nesse caminho de águas que soltaste e que livres, escolheram percorrer a direcção de um mar onde se juntam todos os pensamentos LIVRES. Por isso te deixo só... para que só, mas LIVRE, possas percorrer esse caminho, desafiando a tempestade. Estou certo que, apesar do rasgar dos raios na escuridao da noite, e dos trovoes que gritam estrondosamente com o intuito de te atormentar, nunca as intemperies te conseguirao aterrorizar, nem te impedirao de a desafiar... porque ao te molharem, as gotas da chuva tornam-te imune e secam-te as dúvidas, e dar-te-ao as forças e a energia necessarias para que possas continuar a vencer todas as tempestades....