Solar da Figueira

Um destes dias resolvi ir visitar um pequeno mas acolhedor restaurante em pleno coração da Praça da Figueira. Bom, já há muito tempo que andava a adiar esta visita e confesso que só depois de bater uma culpinha na minha consciência é que acabei por ir até lá. Foi sem dúvida, uma boa decisão. Não porque tivessem uns pratos absolutamente maravilhosos e da mais alta cuisine française, mas simplesmente porque o ambiente que o rodeava era tipicamente lisboeta e sobretudo com a energia própria do centro da cidade.

Gostei da decoração com imagens alusivas à antiga baixa de lisboa e à altura em que a Praça da Figueira era um mercado coberto, vivo e colorido de vozes a apregoar os melhores preços. Claro que hoje em dia, esta praça está ocupada por edificios recuperados e transformados em hotéis, lojas e cafés... É por isso que durante o dia, tudo mexe por aqueles lados mas à noite torna-se um deserto, onde tantos já não se atrevem a ir.

Da esplanada é possivel observar os bandos de pombos (para alguns, tão incomodativos e pouco "limpos") que se empoleiram no pedestal da estátua equestre de bronze de D. João I, erguida em 1971. É possivel observar outros tantos fenómenos da vida quotidiana e um tanto ao quanto decadentes, mas suponho que é mesmo assim... O progresso nem sempre chega das formas mais convidativas e agradáveis: é notório o desemprego entre as centenas de pessoas que por ali passam, com aquele ar de quem andam à procura de qualquer coisa, mas que infelizmente, parecem não encontar...

Não percam! É fácil de lá chegar, é só apanhar o metro e sair na estação do Rossio, na Linha Verde. A mim serviu, pelo menos, para satisfazer o meu desejo de uma saborosa alheira de Mirandela e trazer uma receita bem caseira de pataniscas de bacalhau para experimentar em casa.

Vale sempre a pena!