Tá-de-chuva...
Converso comigo mesma, deambulando pela casa... Fico parada na janela. Há nuvens no céu. Cinzentas. A meio da conversa, acontece algo fabuloso e inesperado. Alguém se lembrou de abrir as comportas do céu... Olho à volta mas não há nada. Imagino-me noutro tempo, noutro lugar. Só o mar e aquela imensidão de areia que me rodeia; não vejo onde possa refugiar-me das fustigadelas que me atingem o rosto, o corpo. O primeiro impulso é correr para chegar a algum sítio onde me possa esconder da chuva, da tempestade que ameaça chegar rapidamente. É então que me confronto com os meus próprios pensamentos e com os meus próprios fantasmas. Mas tudo não passa de uma tempestade passageira. E de repente, dou por mim a dançar na chuva, a sentir... deixar aquelas gotas escorrer pela minha pele; molhar-me; fechar os olhos; sorrir e saborear o gosto dela nos meus lábios, na minha boca. Não ter medo. Não querer sair dali simplesmente porque foi o meu momento de liberdade. Apenas meu. Mais um momento de refl...